O que Jesus realmente disse para a Mulher Adúltera (E por que isso muda tudo)
A história que você conhece esconde 3 verdades sobre graça, justiça e esperança que nunca te contaram
Você conhece a história da mulher adúltera de João 8, certo?
Aquela cena dramática onde uma mulher é arrastada até Jesus, acusada de adultério, e prestes a ser apedrejada. Jesus escreve no chão, diz aquela frase famosa sobre “atirar a primeira pedra”, e todos vão embora.
Mas eu preciso te contar: há muito mais nessa história do que geralmente pregamos.
Algumas semanas atrás, eu preguei sobre este texto na igreja e comentei alguns detalhes que apresentam o caráter de Jesus. Quero compartilhar essas descobertas com você.
O detalhe que muda tudo
Antes de entrarmos nas três lições principais, vamos ler o texto completo:
“Jesus, porém, foi para o monte das Oliveiras. Ao amanhecer, ele apareceu novamente no templo, onde todo o povo se reuniu ao seu redor, e ele se assentou para ensiná-los. Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher pega em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos e disseram a Jesus: ‘Mestre, essa mulher foi surpreendida em ato de adultério. Na lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor, que diz?‘” (João 8:1-5)
Acabei de apresentar os cinco primeiros versículos da narrativa. Perceba que estamos claramente em uma narrativa. Entretanto, temos uma pausa para o detalhe que muda tudo: o versículo 6 não é narração. É um comentário do autor.
João interrompe a história para nos explicar: “Eles estavam usando essa pergunta como armadilha, a fim de terem uma base para acusá-lo.“
Percebe a importância disso? O evangelista quer que entendamos: essa história não é sobre adultério. É sobre uma armadilha.
Os fariseus não estavam preocupados com a lei. Não estavam preocupados com justiça. E definitivamente não estavam preocupados com aquela mulher.
Eles queriam pegar Jesus.
Uma conexão surpreendente com Salomão
Quando percebi isso, imediatamente me lembrei de outra história do Antigo Testamento: o julgamento de Salomão com as duas mães (1 Reis 3:16-28).
Você se lembra? Duas mulheres, ambas prostitutas, moravam juntas. Ambas tiveram filhos. Uma dormiu sobre seu bebê e ele morreu. Então ela trocou os bebês enquanto a outra dormia.
Pela manhã, começou a briga. Cada uma dizia que o bebê vivo era seu.
Elas levaram o caso até o rei Salomão. E aqui está a conexão: Salomão poderia ter simplesmente ignorado o caso. Afinal, eram prostitutas. Pecadoras. Por que o rei deveria se importar com a causa delas?
Mas Salomão não fez isso.
Ele agiu com sabedoria e justiça. Como estratégia, ordenou que cortassem o bebê ao meio. A verdadeira mãe imediatamente gritou: “Não! Pode dar para ela, mas não mate a criança!” Salomão reconheceu a mãe verdadeira e fez justiça, devolvendo o filho à mãe.
O ponto é este: mesmo diante de pecadoras, Salomão não suportou a injustiça. Ele não permitiu que uma mulher fosse enganada e tivesse seu filho roubado, independentemente do seu passado.
E se Salomão, sendo apenas um homem, agiu assim... o que esperar do Verbo encarnado chamado Jesus Cristo?
Lição 1: Ainda estamos vivendo o tempo da oportunidade
Jesus olha para aquela mulher sendo humilhada, desprezada, usada como objeto numa armadilha político-religiosa, e não suporta a injustiça.
Sim, ela era pecadora. Sim, ela foi pega em adultério. Mas isso a tornava menos digna de justiça? Menos digna de misericórdia? Menos digna de uma oportunidade?
Jesus faz aquela pergunta magistral, tão sábia quanto a decisão de Salomão: “Quem de vocês está sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra nela.”
Um a um, começando pelos mais velhos, todos vão embora.
Jesus fica sozinho com a mulher e pergunta: “Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou?”
“Ninguém, Senhor”, ela responde.
“Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado.”
Por que Jesus não a condenou?
Porque ainda estamos vivendo no tempo da oportunidade. O tempo de agradar ao Senhor. O tempo de viver para Ele.
Chegará o dia do juízo final. Chegará o dia em que o Senhor colocará todas as coisas em ordem. Mas hoje ainda é tempo de oportunidade.
Jesus não aprovou a vida daquela mulher. Não aprovou seus pecados. Mas Ele viu que ela estava sendo humilhada e não suportou aquilo.
“Vá e não peques mais”, disse Jesus. Aquela mulher não morreu naquele dia. Ela teve uma nova chance.
Se você carrega culpa e vergonha por pecados do passado, ouça isso: Jesus não tem prazer em sua humilhação. Ele oferece oportunidade. Ainda há tempo. Ainda há graça. Ainda há esperança de transformação.
Lição 2: Jesus odeia quem tira vantagem dos outros
Essa é uma lição que raramente é pregada, mas está gritando nas entrelinhas desse texto.
Jesus não suporta quem age com injustiça para ganhar em cima dos outros. Ele não suporta quem usa pessoas como objetos para alcançar seus objetivos.
Os mestres da lei e os fariseus queriam fazer uma armadilha para Jesus, e para isso usaram aquela mulher. Arrastaram-na, expuseram-na, humilharam-na publicamente.
Pense na hipocrisia: eles queriam apedrejar uma mulher por adultério, mas onde estava o homem? A lei mandava apedrejar ambos (Levítico 20:10). Ele simplesmente desapareceu da história.
Eles não estavam preocupados com justiça. Estavam preocupados em pegar Jesus em contradição.
E Jesus viu através disso tudo.
Como eles poderiam querer acusar e apedrejar uma mulher quando o coração deles estava cheio de maldade? Quando eles estavam dispostos a usar, humilhar e destruir uma pessoa apenas para conseguir o que queriam?
Jesus odeia quem quer ganhar e vencer às custas dos outros.
Quantas vezes usamos pessoas como degraus? Quantas vezes expomos os pecados alheios para nos sentirmos superiores? Quantas vezes humilhamos outros para defender nossas próprias posições? Jesus não suporta isso.
Lição 3: Uma mensagem de esperança para quem está longe
Esta é a lição mais poderosa de todas, e ela toca em algo muito profundo: a esperança pelos que amamos.
Pense em Zaqueu. Ele subiu numa árvore para ver Jesus. Ele queria encontrar Jesus. Ele buscou Jesus.
Mas aquela mulher não queria encontrar Jesus.
Ela não pediu para ver Jesus. Não queria conhecer Jesus. Não queria nenhuma relação com Ele. Ela queria continuar vivendo sua vida, fazendo o que bem entendesse, longe de Deus.
Ela foi levada, arrastada, jogada na frente de Jesus. Sem querer. Sem sua vontade. Por conta da injustiça. Por conta da maldade. Por conta do egoísmo de outros.
E mesmo assim, mesmo não querendo, sua vida foi transformada.
Ela recebeu perdão. Encontrou Jesus. Recebeu uma nova oportunidade.
Isso nos dá uma esperança tremenda.
Seja você, seja alguém que você ama — aquela pessoa que parece estar tão longe de Jesus, que nunca vai se encontrar com Ele, que não quer viver a graça e misericórdia de Deus.
Mesmo essas pessoas, que parecem querer viver suas vidas longe do reino de Deus, ainda têm oportunidade.
As situações da vida, mesmo em meio ao caos, podem proporcionar encontros com Jesus — até para aqueles que não querem.
Se continuarmos buscando por aqueles que amamos, se continuarmos desejando que Jesus os restaure, se continuarmos intercedendo e apresentando-os diante de Deus, podemos ter esperança.
As situações da vida podem proporcionar, até para aqueles que não querem, um encontro com Jesus.
E esse encontro vai gerar perdão. E nova vida.
Não desista de orar por aquele filho pródigo. Não desista de interceder por aquele familiar que está longe. Não desista daquela amizade que parece perdida para o mundo. Deus pode criar situações — mesmo através das injustiças e dificuldades da vida — que levem essas pessoas a um encontro transformador com Jesus.
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Paz do senhor Jesus Cristo meu irmão. Mais um maravilhoso texto que nós faz refletir sobre a palavra de Deus. Aprendo cada dia mais com seus textos e contextos e suas observações.