John Woolman: o poder da persuasão moral contra a escravidão
Descubra como um simples comerciante cristão do século 18 conseguiu transformar uma sociedade inteira através do poder da persuasão moral
Hoje vamos ler um texto de Sérgio Levi. Ele preparou uma reflexão sobre John Woolman — um homem que conseguiu algo aparentemente impossível: acabar com a escravidão usando apenas o poder das palavras e da consciência moral. O propósito de Sérgio é trazer alguns personagens históricos que muitos de nós, evangélicos, perdemos de vista aspectos importantes.
Mas antes de começarmos a ler sua reflexão, quero dar um aviso aos assinantes pagos da minha newsletter: hoje, às 19h30, teremos aula do Curso de Apocalipse. Estudarei com os participantes os capítulos 4-5 do último livro da Bíblia. Enviarei um e-mail com o link para entrar na sala de aula às 18h no seu e-mail. Mas não se esqueça que a aula inicia às 19h30.
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Tenham todos uma ótima leitura:
JOHN WOOLMAN (1720–1772)
Por Sérgio Levi
Um dos acontecimentos mais marcantes da era moderna foi o fim da escravidão institucional — sistema em que, por lei, uma pessoa podia possuir e vender outra como se fosse um objeto.
Para extinguir esse comércio cruel, foram necessários esforços combinados que envolveram religião, argumentos morais, questões econômicas, legislação, literatura e até coerção. Entre os nomes que contribuíram para esse processo está John Woolman.
O Despertar da Consciência: Quando Dizer “Não” Mudou uma Vida
Nascido em 19 de outubro de 1720, Woolman era comerciante, alfaiate, jornalista, pregador e escritor. Sua obra mais conhecida, o Diário, tornou-se o maior clássico da literatura Quaker e um marco da literatura em língua inglesa.
Mas foi em 1742 que sua vida tomou um rumo definitivo.
Hábil na elaboração de documentos legais, Woolman foi solicitado por seu patrão a redigir um contrato de compra e venda de uma escrava. Ao iniciar a tarefa, algo extraordinário aconteceu: sentiu profunda repulsa.
Alarmado, recusou-se a colaborar com tal injustiça.
Esse episódio marcou sua convicção de que não havia como conciliar a fé cristã com os crimes da escravidão. A partir de então, Woolman preferiu suportar prejuízos financeiros a participar de qualquer negócio em que o ser humano fosse tratado como mercadoria.
A Estratégia da Persuasão: Como Mudar Corações em Vez de Impor Leis
Consciente de que a resistência dos senhores de escravos seria grande, Woolman desenvolveu uma abordagem revolucionária: passou a apelar sobretudo a argumentos morais.
Em vez de atacar o sistema diretamente, ele defendia que era inadmissível alguém se declarar religioso e, ao mesmo tempo, manter outro ser humano em cativeiro.
A Jornada Transformadora: Levando a Mensagem às Regiões Escravistas
Em viagens por Maryland, Virgínia e Carolina do Norte — regiões onde a escravidão era a base da economia —, Woolman descreveu o que viu como “trevas melancólicas que cobriam toda a terra”.
Nessas regiões, ele se reunia com os membros da Sociedade dos Amigos (Quakers), conclamando-os a refletir sobre os males que a escravidão trazia não apenas às vítimas, mas também à própria sociedade.
Coerência Radical: Vivendo Aquilo que Pregava
Em 1772, Woolman viajou à Inglaterra. Seu senso de justiça social era tão intenso que, durante a travessia, abriu mão de uma cabine mais confortável e escolheu dormir junto aos marinheiros pobres na proa.
Essa atitude revela algo fundamental sobre seu caráter: Woolman não apenas pregava justiça — ele a vivia em cada detalhe de sua existência.
O Discurso que Mudou a História
Na Reunião Anual de Londres, Woolman protestou contra a escravidão e contra a guerra dos ingleses contra os indígenas. Inicialmente, sua voz simples e seu jeito despretensioso não impressionaram os ouvintes.
Mas, tal qual um profeta do Antigo Testamento, ele denunciou os crimes cometidos contra os escravos, clamando pelo fim do regime.
Pouco a pouco conquistou apoio, até que, ao final do encontro, conseguiu algo histórico: firmar uma declaração oficial que condenava o sistema escravista.
O Legado que Permanece
Em setembro de 1772, Woolman contraiu varíola e faleceu. Era um homem simples, mas que dedicou todas as suas forças à causa da liberdade.
Seu legado permanece como inspiração para todos os que rejeitam qualquer forma de escravidão.
Que também nós possamos empregar nossos dons e esforços para que nenhum ser humano seja tratado como objeto ou mercadoria.
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Victor Romão.