Excelente artigo. Interessante ter uma visão holística do livro de Apocalipse. De fato, esse livro tem insights preciosos em diversas áreas além de cronologia profética. No entanto, eu percebo a necessidade de enquadrá-lo na escatologia muito mais pelos símbolos que apresenta (material literário) do que pela cronologia profética em si. Para “extrair” uma teologia bíblica de Apocalipse, ainda assim se faz necessário primeiramente decodificar seu material - que inclusive tem grande influência intertextual do Antigo Testamento. Parabéns pelo trabalho!
Fico feliz que gostou! Eu entendi o que comentou, mas acho que justamente por causa dos símbolos ele precisa ser mais focado na teologia bíblica e não escatologia. A linguagem simbólica de apocalipse exige sim um grande esforço interpretativo. A necessidade de decodificá-lo e entender a forma que João relê o NT é a etapa que normalmente as pessoas negligenciam. Daí, elas pegam uma visão, fora do contexto do livro e já relacionam com Daniel e depois fazem uma salada de fruta, justamente porque primeiro leem com o olhar escatológico. Como disse no texto, não que não exista escatologia, mas acredito que o primeiro esforço deve ser de exegese e hermenêutica, imaginando como os primeiros leitores escutaram àqueles símbolos e imagens. A partir disso, aí sim pensar em escatologia.
Entendi seu ponto e concordo. Interessantíssimo! Sobre a relação com Daniel é inquestionável e inseparável! Existem centenas de estudos que mostram as relações intertextuais entre Apocalipse e Daniel, mas não somente com Daniel, com outros livros do Antigo Testamento também, principalmente o Pentateuco. Inevitavelmente, uma exegese sincera de Apocalipse para tentar chegar à concepção dos primeiros leitores vai chegar em Daniel e na Torah. Em minha sincera opinião qualquer aplicação teológica e bíblica do texto joanino de Apocalipse só será fiel após passar por esse crivo, pois existem evidências e estudos que os símbolos expostos ali provavelmente faziam parte da memória cultural e espiritual judaica. As figuras do santuário, os animais mencionados no capítulo 13, são alguns dos inumeráveis exemplos de ecos e alusões veterotestamentárias. Não há como dissociar a hermenêutica interna de Apocalipse de suas relações com o AT.
Parabéns pela página! Estou ansioso por mais trabalhos seus! Se tiver um tempinho nos acompanhe. Estaremos trabalhando enfaticamente na Intertextualidade no Antigo Testamento. Será ótimo contar com seus insights.
Sim, a intertextualidade existe, principalmente com Daniel. A teologia bíblica nos fará passear tanto por apocalipse como pelo AT de forma responsável. A escatologia é uma segunda etapa. Quem não domina a primeira e lê tudo a partir da segunda pode fazer uma confusão. Mas nas relações você está certo sim. Que você tenha um trabalho virtuoso!
Excelente artigo. Interessante ter uma visão holística do livro de Apocalipse. De fato, esse livro tem insights preciosos em diversas áreas além de cronologia profética. No entanto, eu percebo a necessidade de enquadrá-lo na escatologia muito mais pelos símbolos que apresenta (material literário) do que pela cronologia profética em si. Para “extrair” uma teologia bíblica de Apocalipse, ainda assim se faz necessário primeiramente decodificar seu material - que inclusive tem grande influência intertextual do Antigo Testamento. Parabéns pelo trabalho!
Fico feliz que gostou! Eu entendi o que comentou, mas acho que justamente por causa dos símbolos ele precisa ser mais focado na teologia bíblica e não escatologia. A linguagem simbólica de apocalipse exige sim um grande esforço interpretativo. A necessidade de decodificá-lo e entender a forma que João relê o NT é a etapa que normalmente as pessoas negligenciam. Daí, elas pegam uma visão, fora do contexto do livro e já relacionam com Daniel e depois fazem uma salada de fruta, justamente porque primeiro leem com o olhar escatológico. Como disse no texto, não que não exista escatologia, mas acredito que o primeiro esforço deve ser de exegese e hermenêutica, imaginando como os primeiros leitores escutaram àqueles símbolos e imagens. A partir disso, aí sim pensar em escatologia.
Entendi seu ponto e concordo. Interessantíssimo! Sobre a relação com Daniel é inquestionável e inseparável! Existem centenas de estudos que mostram as relações intertextuais entre Apocalipse e Daniel, mas não somente com Daniel, com outros livros do Antigo Testamento também, principalmente o Pentateuco. Inevitavelmente, uma exegese sincera de Apocalipse para tentar chegar à concepção dos primeiros leitores vai chegar em Daniel e na Torah. Em minha sincera opinião qualquer aplicação teológica e bíblica do texto joanino de Apocalipse só será fiel após passar por esse crivo, pois existem evidências e estudos que os símbolos expostos ali provavelmente faziam parte da memória cultural e espiritual judaica. As figuras do santuário, os animais mencionados no capítulo 13, são alguns dos inumeráveis exemplos de ecos e alusões veterotestamentárias. Não há como dissociar a hermenêutica interna de Apocalipse de suas relações com o AT.
Parabéns pela página! Estou ansioso por mais trabalhos seus! Se tiver um tempinho nos acompanhe. Estaremos trabalhando enfaticamente na Intertextualidade no Antigo Testamento. Será ótimo contar com seus insights.
Sim, a intertextualidade existe, principalmente com Daniel. A teologia bíblica nos fará passear tanto por apocalipse como pelo AT de forma responsável. A escatologia é uma segunda etapa. Quem não domina a primeira e lê tudo a partir da segunda pode fazer uma confusão. Mas nas relações você está certo sim. Que você tenha um trabalho virtuoso!
Gosto muito do que Carlos Osvaldo escreveu em "Foco e Desenvolvimento do Novo Testamento" (ed. Hagnos) sobre Apocalipse.
Obrigado pelo comentário e sugestão!